quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Potreiro vazio...

Quanto tempo sem vir por aqui.... até parece que eu havia esquecido do meu rancho... mas parafraseando o poeta digo que a alma desse rancho é a minha, e jamais esqueceria desse espaço responsável por tirar as dores do meu peito, de ressaltar anseios... apegos ... e contar as lidas desse meu povo. Andei correndo demais, esqueci dos próprios arreios!
Amanhã tem Baqueria, e minha ansiedade é evidente! eu vou pra assitir apenas, ao lado das pessoas que mais amo na vida, mas de toda forma, eu me sinto e sempre me sentirei a Gaby Moraes da UCS fm, será estranho estar com o mate na mão, ao invés do microfone... sei que não vou sossegar, vou ficar observando a transmissão... com o coração correndo junto!
Mas é festival, é emoção, é Vacaria, é o nosso grito e a nossa bandeira! estaremos lá!
Baqueria de los Piñares, desde os tempos ancestrais!

sábado, 21 de março de 2009

Alma de campo e galpão...

Mais uma manhanita, e eu agraciada a fazer o Campo e Galpão!
Sim, como me gusta. Poder escolher as minhas melhores músicas, as coisas que eu amo de verdade, e que -de fato- conheço! Na alma aquela tristeza que bate sem a gente saber donde vem, mas que faz implorarmos preces ao Senhor das manhãs de maio!
Essa prenda com aquele bárbaro instinto ( aquele mesmo que fez do guasca um andejo ), como se algo de mais guapo faltasse! Mas mantenho essa serena mirada, pois sei que um dia há de aparecer em meu rancho um guasca com uma flor bordada no jaleco, a dizer: - morena! é pra ti!
Até as 9h - eu aqui - indo a fronteira e voltando sem sair do lugar! E isso nutre meus pensamentos...
... chega uma hora em que não se sabe mais que rumo tomar, a necessidade do mate a tardinha, do ranchito a esperar, o peão cansado e todo cheio de dores n'alma, chegando e ver a prenda com o pizito na ronda das casa brincando com o cavalinho de pau... e a dor se faz lembrança, o todo amor que houver nessa vida é agora o rumo dos três!
é isso que me refiro! é isso! sim... "apenas" isso!

quarta-feira, 18 de março de 2009

De tu florecita...

Por ele invernei uma saudade
Trancei tentos em meados da solidão
Por ele eu plantei uma esperança
No solo morto de um triste coração


Por ele cavalguei fletes alados
Levei nos peçuelos, os desejos dos amantes
Vaguei pela pampa...

Por ele cevei mate nas auroras
Morri aos poucos a cada amanhecer
E renascia em acordes de milongas
Na ilusão de nunca lhe perder

Por ele mudei o rumo dos ventos
Em muitos janeiros tremia de frio
Feito uma louca mandava mensagens
Em garrafas navegando pelos rios

Por ele a poesia cantou triste
O violão chorou desafinado.
E bateu serenatas nas janelas
Para encontrar um coração roubado

Por ele me apaixono todo dia
Um amor febril, que nem sei direito,
Sei que a alma é maestrina campesina
Das calhandras que eu trago no meu peito.

terça-feira, 17 de março de 2009

As pratas herdadas...

Hoje paro para fazer uma reflexão que faz sentido aos que cultuam a verdadeira tradição gaúcha. A mim, parece alarmante a quantidade de falsos gaúchos.
Por que falsos gaúchos??? Pela seguinte idéia: Nascer gaúcho é um regalo de Deus, agora... se tornar, de fato, um gaúcho é uma virtude, a qual muitos fracassam ao longo da vida.
Pra mim não é estampa aquele que veste bombacha pra chamar atenção! Ou aqueles que ao falar de nativismo, só conhece "Batendo água" do grande Marenco ( a música é boa sim, mas é batida demais )... eu duvido muito, chegar na Universidade e perguntar para o moço de bombacha ( geralmente na semana farroupilha ) de quem é a Letra de Batismo? sabe ele quem, por acaso, é Sergio Carvalho Pereira? - aliás - sabe ele quem é Lisandro Amaral?
Não é uma crítica... é uma mágoa!
Estudem mais a cultura por favor!
Não é necessário fazer História para saber o que se deve.
Quantos adolescentes perguntam ao avós o que tem a lhes contar?
Quantos vão em busca da sua raiz? da sua marca? do seu sobrenome? do seu verdadeiro eu?
Certamente saberiam vender as pratas herdadas... sem ao menos lembrar que foram conquistadas com todas as forças que um punho pode ter! com toda a raça estampada no rosto e no sangue!
Há quem diga que esse texto é positivista demais! Mas cada um tem a sua bagagem cultural.
Foi nessas botas sujas que os meus ancestrais conquistaram o que tenho hoje!

" A história mais linda dos meus ancestrais, não morrem jamais nessa minha garganta! "

Eu tenho ORGULHO, e você?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Bueno, saudações a todos os guapos leitores desse blog...
em breve eu vou começar a postar as minhas poesias também aqui neste espaço!
Agradeço ao patrão do Céu pelo meu trabalho, a Rádio é pra mim, uma das maiores inspirações que tenho. Por mais que eu não vá mais nos festivais por enquanto, devido as minhas responsabilidades no estúdio, me sinto muito feliz em escutar a nossa equipe nesse Rio Grande a fora, o Léo e o Mário estando lá, o meu coração vai junto, no mesmo rumo!
Logo começam os festivais! Agora tá chegando o Rodeio da Música Serrana, aqui na vacaria, dias 27,28 e 29... sendo que dia 29 eles estarão em Santo Ângelo, na final do Canto Missioneiro, então eu assumo as rédeas por aqui! Claro que o coração estará lá... mas o meu pago tem que ser valorizado... e o festival, por menor que seja, traz consigo estampas gaúchas, e músicas que se tornam verdadeiros Hinos da Pátria Pampa!
é isso então... e já que não encontrei pelo caminho a Kombi que faz a linha... mando o chasque por aqui!
hupapa

sábado, 14 de março de 2009

Quem me dera ter na alma o corpo de um Martin Fierro...

A todos aqueles que assim como eu se inspiraram na lua toda cheia que contemplava esse céu imenso como meu amor pelo Rio Grande, quero compartilhar meus mais nobres mascates.
Sempre trouxe comigo uma guapa estampa, a qual dou o nome de : "amor de flor e vento" ( amor pela pampa que gera a flor e se multiplica pelo vento )...
mas por vezes sinto um vazio imenso dentro de meu peito, que nem mesmo as milongas ou os chamamés conseguem preencher! E pra nutri um pouco minh'alma vou contar-lhes uma das mais belas feitas da minha vida.
Yo sé que no puedo reclamar dos regalos que Deus vem me dando nos últimos anos, afinal, eu sempre sonhei que "um dia" iria em um Martin Fierro... e esse sempre foi meu grande sonho, saibam vocês que já foi realizado! Mas afinal, o que tem um Martin Fierro de Diferente dos outros belos festivais pelo Rio Grande?
Pode ser uma pergunta sem respostas para todos os guascas que nunca estiveram lá... ou pr'aqueles que vivem lá e nunca conseguiram enxergar a verdadeira face do auge da fronteira seca.
Chegar até lá já se conta como primeira vitória, uma viagem tão longa quanto tentos recém tirados... e que se torna maior ainda pela anciedade de chegar.
Eu sempre disse que pra mim o Martin Fierro era o "xucrismo direto da fonte"... e foi desta fonte que bebi , amigos!
As próprias estruturas parecem que não vão aguentar! o palco treme, as pessoas vibram, o mundo pára, e apenas Livramento, de fato , existe! Como diria Mário Pinto ( um dos homens mais cultos que pude conhecer na vida, que mantem tremulando a bandeira do gauchismo ) que - se tira o chapéu pro bairrismo deles - ! Eu confesso que esqueci, por hora, ser serrana, e me senti se não toda - muito - fronteirista!
Diós me escute nesse sincero pedido... ainda quero retornar muitas vezes lá...
porque sinto na alma que desde o ventre de mi madre vim nesse mundo a cantar!

" Ah Livramento me espera,
num finzito de tarde, um olhar de saudade, a mirar na janela..."

sexta-feira, 13 de março de 2009

Puedo escribir los versos más tristes esta noche
Pablo Neruda

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.
"El viento de la noche gira en el cielo y canta.Puedo escribir los versos más tristes esta noche.Yo la quise, y a veces ella también me quiso.En las noches como esta la tuve entre mis brazos.La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido. Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella.Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.La noche esta estrellada y ella no está conmigo. Eso es todo.
A lo lejos alguien canta. A lo lejos.Mi alma no se contenta con haberla perdido.Como para acercarla mi mirada la busca.Mi corazón la busca, y ella no está conmigo. La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído. De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,mi alma no se contenta con haberla perdido.Aunque este sea el ultimo dolor que ella me causa,y estos sean los ultimos versos que yo le escribo.

Buenos Dias! E aqui estamos!

Há muito tempo eu pensava num espaço para escrever sobre mais esta paixão que tenho!
Escancaro essa porteira pra todos aqueles que assim como eu, amam a cultura "gautia",
e sabem que não existe nada mais lindo que amar o que é nosso, já dizia a letra do Anomar Danúbio Vieira que... " ... Só vive de bem com o mundo, quem ama aquilo que tem ..." ou poderia, ainda, que atrevida , citar Dom Jayme Caetano Braun: "... Por mais longe que um homem vá, jamais fugirá de si ..."
Eu venho erguendo a pátria nos tentos...
... com a alma presa nas esporas ...
... paleteando os dias que passam sem trazer o amor prometido ....
Mas eu sou GAÚCHA!
E isso me basta!
Sejam sempre muito bem vindos, comentem o que acharem por certo, e perdoem minhas figuras linguagem latina, que se mistura a emoção que tenho ao escrever!